Produtoras se inspiram em guerras para criar jogos de tiro

quinta-feira, 29 de julho de 2010



Segunda Guerra Mundial é tema de grande parte dos jogos.
G1 apresenta os principais games de tiro baseados em guerras.
Gustavo Petró
Do G1, em São Paulo


A possibilidade de utilizar games para levar ao público elementos de guerras e de conflitos históricos fez com que as produtoras de jogos eletrônicos investissem na produção de títulos com este tema.

No início, a Segunda Guerra Mundial foi o tema preferido destes jogos. Com pesquisas aprofundadas e entrevistas com quem participou dos combates, os jogos se tornaram um documento interativo do que ocorreu na época.
Nos últimos anos, a tentativa de apresentar combates mais recentes nos games causou polemica. O jogo de tiro “Six days in Fallujah”, que mostraria a investida norte-americana no Iraque, foi cancelado. O motivo foi a polemica de mostrar soldados dos Estados Unidos morrerem em combate. A saída para as empresas foi mostrar a guerra do Vietnã, como em “Call of duty: black ops”, a Guerra do Afeganistão de 2001 no jogo “Medal of honor” ou partir para uma batalha moderna fictícia, no caso de “Modern warfare”.

O G1 apresenta os principais games de tiro que apresentam temática de guerras históricas e que, mesmo jogando e se divertindo, permitem conhecer um pouco mais do que aconteceu na época.

'Medal of honor’
O primeiro game da série “Medal of honor” foi lançado em 1999 para o Playstation. Dirigido pelo cineasta Steve Spielberg, o jogo de tiro em primeira pessoa leva o gamer para o período final da Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1944 e 1945. Na pele de um soldado norte-americano, o jogador tinha que enfrentar os nazistas em diversas fases.

Parte da pesquisa feita pelos produtores trouxeram armas, como metralhadoras rifles, e locais reais onde ocorreram as batalhas. O destaque do jogo ficou por conta da ambientação, com cidades reais e conversas em alemão, que, para a capacidade dos videogames da época, fez com que o titulo recebesse diversos prêmios.

Com o sucesso do jogo, outros títulos vieram na sequência, como “Medal of honor: underground”, que mostrava acontecimentos anteriores ao primeiro jogo, e tinha uma mulher francesa como protagonista. “Medal of honor: rising sun” levou o jogador para a batalha de Pearl Harbor, enquanto “European assault” mostrou confrontos na União Soviética, Bélgica, França e no norte da África. No total, 15 jogos da séria foram lançados até o momento para todos os consoles e PC.


Após uma série de jogos baseados na Segunda Guerra Mundial, a produtora Electronic Arts decidiu renovar a série. Em parceria com o exército dos Estados Unidos, fez com que a nova versão de “Medal of honor”, que será lançada em outubro próximo para Playstation 3, Xbox 360 e PC, focasse em conflitos modernos. No caso do game, o do Afeganistão, que começou em 2001.

Desse modo, os jogadores terão que enfrentar insurgentes talibãs durante a operação “Enduring freedom”, controlando soldados Tier 1. Suas missões, como na vida real, envolvem eficácia e discrição, evitando ao máximo ferir civis. Os produtores dos games entrevistaram diversos soldados para tentar trazer uma grande riqueza de detalhes ao titulo do Gênero de tiro em primeira pessoa.

Os confrontos exigirão o uso de veículos como do helicóptero Apache e tanques. Para as missões, foram entrevistados soldados que participaram da operação, fazendo com que os objetivos sejam inspirados em elementos reais como invasão de esconderijos de terroristas, salvamento de reféns e operações secretas.

'Call of duty'
Uma das séries de guerra de maior sucesso dos videogames foi criada por conta do sucesso de “Medal of honor”. Em novembro passado, a franquia “Call of duty” vendeu mais de 55 milhões de unidades em todo o mundo, com um faturamento de US$ 3 bilhões.

Lançado em 2003, o primeiro “Call of duty” trazia uma história que permitia participar de três lados da Segunda Guerra Mundial: os americanos, os britânicos e os soviéticos. Na pele de um soldado dos Estados Unidos, o jogador participava do Dia D, na Normandia. Como britânico, era preciso capturar a ponte Pégasus e, como soviético, o game mostrava a batalha de Stalingrado.

Até “Call of Duty 3”, a série de tiro em primeira pessoa mostrava a Segunda Guerra Mundial. Mas em “Call of duty 4: modern warfare”, o game mostrou uma conflito moderno, embora fictício. A série voltou à principal guerra do século XX em “Call of duty: world at war”.

O game mais recente da franquia, “Call of duty: black ops”, que chegará às lojas em novembro, mostrará conflitos que ocorreram durante a Guerra Fria, principalmente a Guerra do Vietnã. Para isso, os produtores do game consultaram ex-militares do exército norte-americano e também Spetsnaz.

Como novidade na série está a possibilidade de se pilotar helicópteros e controlar outros veículos. Ao lado de armamentos tradicionais da época, os soldados poderão usar protótipos de armas que só viriam a ser usadas anos depois.

A narrativa do modo para um jogador, marca tradicional da franquia, colocará o jogador na pele de mais de um personagem que estará em diversos confrontos ao longo da história.
O jogador controla um comandante que deve guiar seu grupo no campo de batalha, indicando qual o melhor caminho a seguir e a quem devem atacar. Alem disso, é necessário controlar o personagem principal e combater os nazistas.

A mecânica de jogo animou os gamers que gostam de uma dose de estratégia em um jogo mais voltado para a ação. O ritmo dos confrontos também é um pouco mais lento, permitindo que o jogador organizasse sua equipe da melhor maneira possível.

'Battlefield'
Embora “Battlefield”, produzido pela Electronic Arts, apresente uma guerra fictícia no período atual, dois jogos da franquia trazem conflitos reais do passado para os PCs e videogames como “Batlefield vietman”e “Battlefield 1942”.

Em “Vietnam”, os jogadores poderão vivenciar um pouco do que foi a Guerra do Vietnã, embora as missões apresentadas não sejam baseadas em fatos reais. Armas, como a AK-47 e veículos como o jato Mig 21 estavam disponíveis. Musicas da época foram licenciadas para o título.


'Brothers in arms'
Com história baseada nos confrontos da Segunda Guerra Mundial, “Brothers in arms”, produzido pela Ubisoft, se diferenciou quando lançado em 2005 por apresentar um esquema de jogo baseado no controle de tropas.

Por outro lado, “Battlefield 1942” traz um cenário de Segunda Guerra Mundial voltado para partidas on-line. Apresentando cidades e localidades reais, as missões são fictícias.

'Six days in Fallujah'
Tentar levar para os games alguns dos confrontos armados mais sangrentos que ocorrem no Iraque fez com que a produção de “Six days in Fallujah” fosse cancelada. O motivo foi que o título do gênero de tiro em primeira pessoa, que seria distribuído pela produtora Konami, queria mostrar os problemas que o Exército norte-americano tem na cidade iraquiana ainda controlada pela milícia local.

O jogo traria como missões os bombardeios quase que diários à cidade. Uma delas mostraria o ataque à um comboio da Blackwater Security Consulting, em 31 de março de 2004 que matou quatro soldados. Seus corpos foram queimados e depois pendurados em uma ponte para mostrar ao mundo do que a milícia era capaz.

Todos os problemas do exército dos Estados Unidos, que chegou a ser acusado de utilizar bombas napalm contra os cidadãos de Fallujah impediram que o titulo fosse lançado para PC e consoles. Veteranos de guerra e grupos de paz afirmaram que o game não poderia “mostrar as vidas perdidas nas batalhas”.

A Atomic games, que estava desenvolvendo o game em parceria com os Fuzileiros navais norte-americanos, queria criar um jogo de tiro em primeira pessoa dos mais realistas. Entrevistas foram feitas com soldados e com membros da milícia iraquiana, o que permitiria mostrar táticas de combate reais no game. A desenvolvedora disse em março passado que o jogo estava pronto para ser comercializado e que a empresa buscava uma produtora para levar o jogo às lojas.

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